Agentes do mercado vão controlar Banco do Brasil

Publicado em: 10/04/2019
Agentes do mercado vão controlar Banco do Brasil

    O Banco do Brasil convocou assembleia geral ordinária e extraordinária para 26 de abril. Entre outros pontos, será votada a composição do conselho de administração. Foram indicados seis novos representantes do mercado financeiro para o conselho, o que reforça o direcionamento privatista e neoliberal que o banco público está adotando no governo Bolsonaro.

    Além disso, os indicados são ligados a outras instituições financeiras privadas e fintechs (empresas que trabalham para inovar e otimizar serviços do sistema financeiro), o que gera conflito de interesses e pode prejudicar a instituição pública. Hoje o Banco do Brasil é responsável por financiar a agricultura familiar por meio do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), que representa 70% da produção de alimento consumido pelos brasileiros, a juros módicos, que variam entre 2,5% e 5,5% ao ano. Sem o Pronaf, os agricultores teriam de pagar até 70% a mais de juros nos bancos privados.

    O novo estatuto que será votado também prevê alienação do controle acionário do banco; e fechamento de capital.

    Definitivamente estão entregando o Banco do Brasil para a iniciativa privada e para pessoas acostumadas a gerir fundos de investimento que dão resultado no curto ou curtíssimo prazo e não para pessoas que pensam essas insttuições de forma estratégica para o Brasil.

    Será incluída também seção específica para tratar de eventual saída do Novo Mercado, segmento destinado à negociação de ações de empresas que adotam, voluntariamente, práticas de governança corporativa adicionais às que são exigidas pela legislação brasileira.

    ”O papel do BB como banco público de desenvolvimento para o país vai ficar cada vez mais em segundo plano. Desta forma perde a sociedade e perde também o governo, que deixa de lado um veículo importante de financiamento. Perde o povo brasileiro”, disse o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), Wagner Nascimento. “Defendemos o Banco do Brasil pois defender o BB é também defender o Brasil”, completou.