Alerta para prejuízos com novas tecnologias aos trabalhadores

Miguel Pereira, secretário de Organização da Contraf-CUT, vem se dedicando a mostrar ao movimento sindical como as novas tecnologias e o avanço das telecomunicações afetam gravemente o trabalho dos bancários e dos comerciários e os serviços oferecidos à população. A introdução de novas tecnologias e a disseminação dos correspondentes bancários são justificadas pelo empresariado por uma suposta "inclusão financeira" que elas propiciariam. Por trás dessa ótica, na verdade, o objetivo é reduzir custos de transação financeira; estimular a expansão dos canais de acesso e fomentar a diversificação da oferta de serviços financeiros, por meio do desenvolvimento de redes de canais de atendimento.
Por meio dessa estratégia, os correspondentes bancários passaram de 36,4 mil em 2003 para 405,2 mil em 2013. Em contrapartida, mostrando o vigor da terceirização dos serviços, o aumento de agências bancárias foi de 35% no mesmo período. Em uma década, foram inauguradas pouco menos de 6 mil novas agências. Eram 16,8 mil em 2003 e agora, são 22,7 mil.
Os banqueiros se aproveitaram da necessidade social de bancarização para fazer exatamente o contrário. Com a terceirização generalizada, oferta diferenciada de serviços para a população pobre, os bancos promovem a discriminação e a exclusão social.