Alto índice de doença ocupacional no setor bancário será debatido no MPT

Afastamentos pelo INSS, aposentadorias por invalidez e muitas ações judiciais com pedido de indenização por danos morais chamaram a atenção do Ministério Público do Trabalho (MPT) para o alto índice de adoecimento no setor bancário. O assunto será tema de audiência pública nessa sexta-feira (27/10), na sede do órgão, em Salvador.
O evento reunirá representantes de diversas instituições públicas, entidades, representantes dos bancos e convidados que discutirão o assunto e ajudarão à encontrar soluções práticas. A audiência contará com a apresentação do estudo, que será feito pelas médicas do trabalho, Cristiane Barbosa, pesquisadora da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Saúde e segurança do Trabalho (Fundacentro) e Suerda de Souza, do Centro Estadual de Referência em Saúde do Trabalhador (Cesat).
Ações e violência, como assaltos e explosões de caixas eletrônicos e o alto nível de exigência das instituições em relação a resultados por parte dos trabalhadores, como o estabelecimento de metas elevadas de produção, são apontados como os principais fatores para o grande número de afastamentos e aposentadorias, além de denúncias de assédio moral e ações judiciais por essas questões.
O número de ações individuais na Justiça do Trabalho contra bancos também vem crescendo fortemente, saltando de 2,3% do total das ações em 2009 para 4,6% e 2016. Outro dado alarmante é o crescimento ano a ano de concessão de benefícios pelo INSS a bancários tanto por acidentes de trabalho quanto por adoecimento, que saltaram de pouco mais de cem em 2010 para quase novecentos em 2015.