Aprovação da compra do HSBC fica para 2016

A conclusão do processo de aprovação da compra do HSBC Brasil pelo Bradesco deve se arrastar por mais tempo que o esperado. Quando anunciou a compra, em agosto, a expectativa expressada por executivos do banco era que o aval dos reguladores saísse ainda neste ano, mas o atraso na análise deve levar a aprovação para meados do primeiro trimestre de 2016. O Bradesco informou que não pode comentar o assunto, que encontra-se em poder dos órgãos competentes.
O Bradesco fechou no começo de agosto a compra das operações do HSBC no país, por US$ 5,2 bilhões. O negócio incluiu todas as áreas do banco britânico, como varejo, atacado, seguros e administração de ativos, além das agências e clientes. O prazo para a aprovação é importante para o Bradesco porque, nesse período, os correntistas do HSBC ficam mais vulneráveis ao assédio da concorrência. O espanhol Santander era um dos interessados na unidade do banco britânico, considerada a única grande oportunidade de aquisição no setor bancário no país.
Os principais questionamentos à operação estão concentrados no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O órgão incluiu nas discussões o sindicato dos bancários, que manifestou uma série de empecilhos à transação e pediu prazo maior para apresentar documentos e pareceres. Além da preocupação com a manutenção de empregos, o sindicato alerta para uma suposta prática de "gun jumping", que, no jargão da área, significa que o Bradesco já estaria atuando dentro do HSBC antes da aprovação regulatória, o que é vedado pelo regimento do órgão. O pedido consta na documentação do processo no Cade.