Automedicação, uma prática comum que preocupa

A automedicação é uma realidade cada vez maior para a população brasileira, que preocupa os médicos pelos inúmeros riscos à saúde, como o agravamento de doenças, o mascaramento de sintomas e as interações medicamentosas. As intoxicações pelo uso de medicamentos, por exemplo, foram responsáveis pela morte de aproximadamente 19 mil pessoas no Brasil apenas em 2013, segundo dados do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas. Já o Ministério da Saúde aponta que a automedicação levou mais de 60 mil pessoas ao hospital entre 2010 e 2015.
Uma pesquisa realizada pela Academia Brasileira de Neurologia (ABN) neste ano, para traçar um perfil das pessoas que sofrem com cefaleia, traz dados alarmantes: 81% declararam tomar medicamentos sem a orientação de um profissional. Dos pacientes com enxaqueca crônica, 74% declararam se automedicar, número que atinge 36% entre as pessoas com enxaqueca episódica. Além disso, mais da metade (58%) dos pacientes que sofrem de cefaleia disseram indicar analgésicos para outras pessoas.