Balanço trimestral: Caixa apresenta maior concessão de crédito da história
O crescimento considerável de oferta de crédito que a Caixa Econômica registra nos resultados do terceiro trimestre do ano aponta para a instrumentalização do banco pelo atual governo, na tentativa frustrada de reeleger Bolsonaro. A avaliação é do dirigente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Rafael de Castro, com base em números oficiais divulgados na quarta-feira, dia 09/11. Em doze meses, a Carteira de Crédito Ampliada do banco público teve alta de 16%, totalizando R$ 977 bilhões, com destaque para as operações comerciais com pessoas físicas que cresceram 22,6% e totalizaram R$ 133,6 bilhões.
“No período pré-eleitoral, a Caixa apresentou uma abertura dos cofres muito diferente do observado nos anos anteriores do governo atual. Claro que nós sempre defendemos uma Caixa indutora do desenvolvimento, que empresta mais às classes B, C e D, microempreendedores e pequenos empresários. Mas, a forma como isso ocorreu em tão curto período de tempo e diante da corrida eleitoral, preocupa”, apontou Rafael, que também é funcionário da Caixa e destacou o exemplo do controverso consignado para os beneficiários do Auxílio Brasil, que atingiu R$ 5,5 bilhões de crédito até novembro, só na Caixa.
Essa movimentação que disponibilizou dinheiro para o mercado em quantidades consideráveis em curto espaço de tempo resultou, inclusive, em uma mudança significativa do Índice de Liquidez de Curto Prazo (RCL) que, em setembro de 2022, foi de 176% ante os 295,6% em setembro do ano anterior, o que aproxima a Caixa do índice registrado pelos maiores bancos privados, de cerca de 150%.