Bancários de todo o País decidem pela greve a partir de amanhã

Greve, essa foi a resposta que os bancários de todo o Brasil decidiram dar para a proposta desrespeitosa e ridícula apresentada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), na última sexta-feira, 25 de setembro.
Tempo e diálogo não faltaram para os banqueiros resolverem o processo nas mesas de negociações.
As três pautas, democraticamente cons-truídas com a participação de trabalhadores de todo o país, foram entregues em 11 de agosto e, de lá para cá, foram seis rodadas de debates só com a Fenaban.
Houve mais quatro com a direção do Banco do Brasil e outras cinco com a diretoria da Caixa. A data base dos três acordos é 1º de setembro. Os bancos ofereceram reajuste de 5,5% nos salários e verbas, ante a inflação de 9,88% no período, o que geraria perda de 4% nos salários, anulando os ganhos reais conquistados, com muita luta, nos dois últimos anos. Só em 2013, foi quase um mês de greve. No vale-refeição, o reajuste não pagaria uma coxinha, já que representaria R$ 1,43 ao dia.
O abono de R$ 2,5 mil também foi rejeitado. A categoria entendeu que, além de ser pago só uma vez, o valor não integraria o salário e, consequentemente, não se incorporaria ao FGTS, à aposentadoria nem ao 13º, gerando perdas enormes também no longo prazo. Fora que sequer seriam esses R$ 2,5 mil, porque sobre eles incidem imposto de renda e INSS.
A intolerância da categoria com a proposta não é à toa, afinal os bancos, BB, Caixa, Itaú Unibanco, Bradesco e Santander, passaram bem longe da tal crise alardeada. Engordaram seus cofres no primeiro semestre lucrando R$ 36,3 bilhões, 27,3% a mais do que o mesmo período do ano passado.
De 2013 para cá aumentaram as tarifas 11 vezes mais que a inflação e 9,83 vezes mais do que pagam para os bancários. Só com o que arrecadam com elas, daria para cobrir todas as folhas de pagamento e sobraria muito para contratar mais, necessidade premente da categoria.
E como falar em crise para negar as reivindicações, se o setor paga, em média, quase R$ 420 mil por mês para cada executivo, contra o salários infinitamente menores para os trabalhadores? Justamente eles, os bancários, grandes responsáveis por estarem na linha de frente e gerarem tanto resultado.