Bancários do Itaú Unibanco rejeitam reforma trabalhista

Durante a intensa campanha, financiada pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), pelo impeachment da presidenta Dilma Rousseff, um enorme pato amarelo pairou sobre a Avenida Paulista, em São Paulo, e foi tema de inúmeras postagens, matérias, artigos e afins que perguntavam: quem pagaria o pato pela corrupção no Brasil? Com a aprovação da Reforma Trabalhista de Michel Temer pelo Senado fica clara a resposta: quem paga é o trabalhador.
Com a reforma, cerca de cem pontos da CLT (Consolidação das Leis do Trabalhistas) foram alterados. A maioria deles, claro, diminuem os direitos dos trabalhadores e aumentam as possibilidades dos patrões terem mais lucros e benefícios. Um exemplo é a decisão do Itaú Unibanco que através de seu diretor de RH e Relações Sindicais, Sérgio Farjeman, informou que , as homologações da rescisão do contrato individual de trabalho não serão mais feitas nos sindicatos.
Isso na prática, possibilita a demissão coletiva sem prévio conhecimento do sindicato. Enfraquecer os sindicatos é apenas a ponta de um iceberg que tende a colidir direto com o barco dos trabalhadores. Mesmo assim, é o símbolo de uma reforma e de um governo que privilegia empresas e empresários em detrimento da população cada vez mais dividida, desarticulada e desprotegida.
Além disso a Reforma Trabalhista promove o retrocesso social e dificulta o acesso à Justiça ao impor uma série de normas que vão inibir o trabalhador de exigir os seus direitos. Em princípio, a nova lei determina que o trabalhador pague tudo, desde que tenha crédito, pode inclusive sair devendo, mesmo que ganhe a maior parte do processo.
Com base em tudo isso, que é apenas o começo de uma longa e dura batalha, o Comando Nacional dos Bancários, reunido em Porto Alegre no último dia (25/01) definiu que as federações e sindicatos filiados realizem atos nas agências e departamentos do Itaú Unibanco no dia 1º de fevereiro, em protesto pelo início da implantação da reforma trabalhista pelo banco.
Em Petrópolis o Itaú Unibanco é campeão em afastamento por problemas de saúde e ainda sim, os funcionários do banco muitas vezes são desrespeitados e tratados como mentirosos quando atestados médicos apresentados pelos funcionários têm sido questionados pelo médico do trabalho do banco, que acaba determinando o retorno do bancário mesmo quando ele comprova que está inapto. Como se não bastasse temos a ocorrência muito forte do presenteísmo, uma triste realidade no setor bancário. O termo se refere à prática de trabalhar mesmo doente, sem condições, por medo de perder o emprego ou ser discriminado e perseguido no local de trabalho.
E pra fechar com chave de ouro, diretores sindicais têm sua atuação sindical prejudicada quando por exemplo, são transferidos, constantemente, de uma agência para outra, o que prejudica inclusive a “performance” do trabalhador.
“Isso mostra claramente a postura antissindical que o banco vem tomando após a Reforma Trabalhista. Em Petrópolis temos casos concretos dessas perseguições pelo banco através de seus gestores, eles transferem frequentemente de agências dirigentes sindicais atuantes, deixando claro uma perseguição a esses trabalhadores”, conclui o diretor do sindicato e funcio-nário do banco, Conrado Klippel.