Bancários recusam proposta da Fenaban

Publicado em: 08/10/2013
Bancários recusam proposta da Fenaban

Seguindo orientação do Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, os trabalhadores bancários rejeitaram a proposta apresentada pela Fenaban na sexta-feira (04/10) e decidiram continuar a greve em todo o país, que nesta terça-feira completa 20 dias. A paralisação, que continua crescendo, já afeta a captação de crédito no país segundo a Serasa Experian. Ontem (07/10), 11.717 agências e centros administrativos de bancos privados e públicos em todos os 26 estados e no Distrito Federal - o que representa um crescimento do movimento de 90,6% em relação ao primeiro dia de greve, foram fechados.


Os bancários deixaram claro mais uma vez aos banqueiros que não aceitam uma proposta rebaixada, absolutamente incompatível com a rentabilidade do sistema financeiro, com o aumento da produtividade dos trabalhadores do setor e com o lucro astronômico dos bancos, que ultrapassou R$ 60 bilhões nos últimos 12 meses", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional.


A proposta dos bancos, de elevar de 6,1% para 7,1% (ganho real de 0,97%), foi apresentada na sexta-feira 04/10, depois de um mês de silêncio. No mesmo dia foi rejeitada pelo Comando Nacional, que enviou ofício à Fenaban reafirmando "a necessidade dos bancos apresentarem uma nova proposta que de fato atenda às reivindicações econômicas e sociais dos bancários".


Apesar das práticas antissindicais dos bancos, como os interditos proibitórios, ameaças a grevistas e contingenciamentos, a greve vem crescendo dia após dia.


Segundo o Indicador Serasa Experian da Demanda do Consumidor por Crédito, o número de pessoas em busca de crédito diminuiu 9,8%, em setembro, comparado a agosto, em razão da greve dos bancários. Na sexta-feira 4, a CNDL (confederação dos lojistas) havia estimado perda nas vendas de até 30% em regiões como a Nordeste, onde o uso do dinheiro no varejo é maior, por conta da paralisação da categoria.