Bancos apresentam proposta com perda salarial e comando rejeita em mesa
Durante a 9ª rodada de negociações, realizada nessa quarta-feira (21), os bancos apresentaram proposta de reajuste abaixo da inflação (85% do INPC). A proposta foi prontamente rejeitada pelo comando na mesa.
“A categoria bancária, tanto na consulta quanto nas assembleias definiram que não vão fechar acordo sem aumento real”, declarou a coordenadora do comando, Juvandia Moreira. “Essas ofertas são desrespeitosas, mostram falta de consideração e desvalorização do quadro de funcionários que proporcionou, só em 2023, lucros de R$ 145 bilhões aos bancos. Não vamos aceitar perda salarial, partindo de um setor extremamente lucrativo”, completou.
Cálculos do Diesse, feitos no momento da mesa, mostram que o ajuste proposto pela Fenaban, de 85% do INPC resultaria em perda de 0,57% na remuneração das bancárias e bancários e colocaria o reajuste da categoria entre os piores reajustes, no universo de 8.810 feitos em 2024.
“A Fenaban está se escondendo atrás dos pequenos bancos pra não dar reajuste real. Disse em mesa que os bancos representam 10% das instituições financeiras do país. Rebatemos! Primeiro, muitos bancos são detentores de outras instituições do sistema financeiro. Além disso, reunindo o número de empresas de dois segmentos que citaram (bancos e instituições de pagamento), os bancos têm resultado mais de 9 vezes maior do que o das instituições de pagamento, detendo 71% do lucro produzido por todo setor financeiro”, observou Juvandia Moreira.
“Com este comportamento os bancos estão querendo jogar a categoria para uma greve. Ao serem cobrados se queriam resolver a campanha na negociação e sabendo que isso requer aumento real, a resposta deles foi que têm compromisso e que trarão no próximo encontro uma proposta englobando todos os temas da mesa”, concluiu Juvandia.
Matéria publicada no Valor Econômico, nesta quarta (21), mostra que, na lista dos 10 maiores lucros no 2º trimestre, sete empresas são do setor financeiro, sendo cinco delas bancos: Itaú, Banco do Brasil, Bradesco, Santander e BTG.
As negociações com a Fenaban voltam na terça (27) e continuarão nos próximos dias, até a sexta (30).
Dia Nacional de Luta
No dia de hoje, sindicatos em todo Brasil realizam manifestações para denunciar o aumento da terceirização, onde os bancos trocam trabalhadores bancários por terceirizados, sem direito às conquistas históricas da CCT da categoria bancária. Em Petrópolis, a diretoria do sindicato concentrou a manifestação no banco Santander, por ser um dos maiores responsáveis pelo crescimento da terceirização no setor financeiro.