Bancos cobram até 15,49% de juros, mas não pagam a inflação de 9,62%

Publicado em: 19/09/2016
Bancos cobram até 15,49% de juros, mas  não pagam a inflação de 9,62%

Os maiores bancos que atuam no Brasil, sejam os nacionais (BB, Caixa, Itaú Unibanco e Bradesco), ou o Internacional Santander, são os que mais lucram no mundo.


Um exemplo são as taxas cobradas de quem utiliza o cheque especial num momento de urgência. O Santander cobra 15,49% ao mês dos clientes, o HSBC 14,67%, o Bradesco 13,15%, o Itaú Unibanco absorve 12,95 ao mês, a Caixa 12,59% e o BB juros mensais de 12,40%. Estas mesmas Instituições oferecem reajuste abaixo da inflação medida em 9,62%. Para os clientes, a taxa de juros do cheque especial bate recordes a cada mês. De acordo com dados, chegam a mais de 400% ao ano conforme a inadimplência. No cartão de crédito, os números são ainda piores, com taxa de juros de 470,7% ao ano.


Neste ano, essa taxa já subiu 39,3 pontos percentuais. A filial do Santander no Brasil é a que dá o maior lucro aos espanhóis, o Itaú, BB e Bradesco figuram entre os primeiros do ranking mundial de rentabilidade. Ainda assim, os bancos, irredutíveis, continuam oferecendo 7% e abono único de R$ 3.300,00.


Os lucros são astronômicos! Em contrapartida, o emprego só diminui. Os cinco maiores bancos (Itaú Unibanco, Bradesco, Banco do Brasil, Santander e Caixa) lucraram R$ 29,7 bilhões no primeiro semestre de 2016, mas, por outro lado, houve corte de 7.897 postos de trabalho nos primeiros sete meses do ano. Entre 2012 e 2015, o setor já reduziu mais de 34 mil empregos.


A greve nacional dos bancários 2016 é a maior da história. Ontem, 20/09, décimo quinto dia de mobilização, 13.096 agências e 36 centros administrativos tiveram suas atividades paralisadas. O número representa 56% das agências do Brasil.


Trabalhadores do Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Federal, Itaú, Santander e demais bancos estão parados desde 06 de setembro. A paralisação é resposta à proposta rebaixada da federação dos bancos (Fenaban) para reajustar salários, PLR, vales e auxílios, e abono a ser pago em uma única vez, sem incidência em férias, 13º, FGTS, previdência. Todas as demais reivindicações, como proteção ao emprego, foram respondidas pelos bancos com um sonoro NÃO.


A Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) segue em silêncio e não apresenta proposta. A última rodada de negociação aconteceu no dia 15 de setembro.