Bancos cortam 3,3 mil empregos entre janeiro e setembro

Publicado em: 30/10/2014
Bancos cortam 3,3 mil empregos entre janeiro e setembro

Na contramão da economia brasileira, que gerou 904.913 novos empregos entre janeiro e setembro deste ano, o sistema financeiro nacional fechou 3.325 postos de trabalho no mesmo período. O desemprego no setor seria ainda mais acentuado não fosse a atuação da Caixa Econômica Federal, a única grande instituição financeira a criar vagas (1.978).


Os dados são da Pesquisa de Emprego Bancário (PEB) divulgada nesta terça-feira 28 pela Contraf-CUT, que faz o estudo em parceria com o Dieese, com base nos números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).


No total, 20 estados apresentaram saldos negativos de emprego entre janeiro e setembro de 2014. As maiores reduções ocorreram em São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Minas Gerais, com 1.091, 704, 562 e 534 cortes, respectivamente. O estado com maior saldo positivo foi o Pará, com geração de 258 novas vagas.


A pesquisa mostra também que o salário médio dos admitidos pelos bancos nos primeiros oito meses do ano foi de R$ 3.321,80 contra o salário médio de R$ 5.251,76 dos desligados. Assim, os trabalhadores que entraram nos bancos receberam valor médio 37% menor que a remuneração dos que saíram.


“Essa diferença prova que os bancos privados continuam praticando a rotatividade, um mecanismo cruel utilizado para reduzir a massa salarial da categoria e aumentar ainda mais os lucros", destaca o presidente da Contraf-CUT." Nos últimos 11 anos, os bancários conquistaram aumentos reais consecutivos, mas esses ganhos estão sendo corroídos pela rotatividade, freando o crescimento da renda da categoria.


Desigualdade entre homens e mulheres


A pesquisa mostra também que as mulheres, ainda que representem metade da categoria e sejam mais escolarizadas, continuam discriminadas pelos bancos. Enquanto a média dos salários dos homens na admissão foi de R$ 3.766,64 nos primeiros nove meses do ano, a remuneração das mulheres ficou em R$ 2.856,42, valor 24% inferior à remuneração de contratação dos homens.