Bancos criaram apenas 6 postos de trabalho em janeiro

Publicado em: 07/03/2019
Bancos criaram apenas 6 postos de trabalho em janeiro

    O setor bancário, o mais lucrativo da economia brasileira, criou 6 (isso mesmo, seis) postos de trabalho em janeiro de 2018, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), compilados pelo Ministério da Economia.

    Em 2018, Itaú, Bradesco, Banco do Brasil e Santander lucraram R$ 73,2 bilhões, aumento de 12,8% em relação a 2017, quando eles lucraram R$ 65 bilhões. A Caixa, que completa o grupo dos cinco maiores bancos do país, ainda não divulgou seu resultado do ano passado.  

    Além da geração pífia de postos de trabalho, os bancos seguem lucrando com a rotatividade, demissão de bancários que ganham mais e contratação de funcionários com salários mais baixos. Os novos funcionários são contratados ganhando 22% menos do que os demitidos.

    Entre os gêneros, a desigualdade também persistiu e aumentou. Em janeiro as mulheres foram contratadas ganhando em média R$ 4.428, 17% menos do que os homens admitidos (R$ 5.347). As demitidas ganhavam em média R$ 5.560, 21% menos do que os dispensados (R$ 7.038).

    Na última Campanha Nacional Unificada dos Bancários, no ano passado, a categoria conquistou a realização de um novo Censo da Diversidade, que deve iniciar este ano. O censo é uma ferramenta importante no combate às desigualdades de gênero e raça no setor bancário e para a promoção de políticas de igualdade de oportunidades para mulheres, PCDs (pessoas com deficiência) e negros.

    A eliminação de postos de trabalho é ainda mais injustificável se a relação clientes por empregado for considerada. Em dezembro de 2017, Banco do Brasil, Itaú, Bradesco e Santander tinham em média 820 clientes por empregado. Um ano depois, essa relação aumentou 3,3%, para 847 clientes por empregado. Os dados são das demonstrações contábeis das instituições.