Bancos devem ser regulados, diz economista

O artigo 192 da Constituição Federal determina que o sistema financeiro nacional seja “estruturado de forma a promover o desenvolvimento equilibrado do País e servir aos interesses da coletividade”, fixando ainda um limite às taxas de juros reais, sendo que “a cobrança acima deste limite será conceituada como crime de usura, punido, em todas as suas modalidades, nos termos que a lei irá determinar”. Entretanto, não é o que se verifica no Brasil e no mundo, segundo o economista Ladislau Dowbor. Em artigo, ele cita este trecho da Constituição Federal, lembra que não há uma lei que regulamente a questão “pois as eleições são financiadas livremente pelas corporações.” E faz uma análise sobre o atual sistema financeiro após um processo de desregulamentação iniciado na década de 1980, que aumentou a concentração de riqueza no planeta.
“Quando vemos no Brasil o banco Itaú aumentando em 22% nos últimos 12 meses os seus lucros já fenomenais, numa economia parada, temos de prestar atenção. Este enriquecimento vem de onde?”
O próprio Dowbor responde citando o renomado economista Thomas Piketty, autor do livro o Capital no Século 21: “Quando os ricos, em vez de investir, passam a fazer aplicações financeiras, ganhando dinheiro com dinheiro e não com a produção de sapatos, e quando esta forma de ganhar dinheiro permite inclusive se apropriar do lucro de quem produz, o sistema se desequilibra. É a tal da financeirização”.