Bancos enrolam e proposta será apresentada no dia 07

Publicado em: 02/08/2018
Bancos enrolam e proposta será apresentada no dia 07

Dirigentes sindicais bancários de todo o Brasil se deslocaram para São Paulo, ontem, dia 1º/08, com a expectativa de receber e debater a proposta que a Fenaban havia se comprometido a apresentar para a Campanha Nacional Unificada 2018. Os bancos, no entanto, não cumpriram o compromisso e anunciaram que uma proposta global, inclusive com índice de reajuste, será apresentada na próxima rodada de negociação marcada para o próximo dia 07/08.


Na mesa, a Fenaban não apresentou nenhuma proposta à reivindicação dos bancários de aumento real de 5% no salário e outras verbas com a mesma natureza. Ficou para a próxima semana também a definição sobre a Participação nos Lucros e Resultados. O Comando ressaltou a diminuição do percentual dos ganhos distribuídos desde a conquista da PLR em 1995, quando era de 14% dos resultados. Isto foi caindo com o tempo mesmo com a diminuição do número de bancários e aumento espetacular dos lucros, o que é uma contradição. Os bancos foram evasivos e disseram que querem dedicar este ano à preservação da cláusula, tendo como parâmetro a regra atual.


A Fenaban não deu resposta também sobre o 14º salário. Disse até que o bancário já tem muitos benefícios e que não tem sentido mais este. Negou-se também a adotar o valor do salário de ingresso sugerido pelos bancários, sob a alegação de que está acima da média do mercado tanto em valor, quanto em jornada. Disseram não também ao Plano de Cargos e Salários, alegando risco à gestão das empresas. Como se não bastasse tanta enrolação, os bancos agora estão alegando problemas com a Procuradoria da Receita Federal, por causa dos auxílios e das cestas refeição e alimentação. Disseram que estão tendo que pagar muitos tributos também por causa das duas parcelas da PLR, que são pagas em anos fiscais diferentes. O Comando sugeriu que as organizações financeiras usassem a mesma influência que tiveram para ajudar a aprovar tão rápido a reforma trabalhista, para mudar a legislação tributária e resolver o problema.


No final, os bancos ficaram de avaliar o parcelamento do adiantamento das férias e o auxílio educação. No caso do vale cultura, eles alegam o fim do programa de incentivo do governo federal para acabar com o benefício, argumento inválido, diante da lucratividade dos bancos.


Não houve avanço também nas questões envolvendo igualdade de oportunidades. A Fenaban prometeu apenas estudar a proposta de fazer um censo sobre o assunto, envolvendo inclusive o problema do assédio sexual no setor bancário.