Bancos escondem lucratividade real
Não é novidade para ninguém que os bancos, frequentemente, fazem diversos truques para mostrar que o lucro líquido é menor do que o real e assim, justificar os juros e as tarifas altas. O mais famoso é o aumento das Provisões para Devedores Duvidosos (PDD). O PDD é o dinheiro que a organização financeira separa para cobrir o déficit deixado pelos possíveis inadimplentes. Só que, no Brasil, os calotes têm reduzido consideravelmente. Em dezembro, a taxa ficou em 7,9%, de acordo com o Banco Central.
A manobra também tem impacto na vida dos bancários, pois reduz consideravelmente a PLR (Participação nos Lucros e Resultados). Os cálculos do benefício são feitos de acordo com o lucro líquido do banco. Todos os seis maiores bancos em atividade no país apresentaram crescimento das provisões para devedores duvidosos.
O Bradesco, por exemplo, anunciou lucro líquido de R$ 5,712 bilhões no primeiro semestre de 2012. Mas, o banco elevou a PDD em 21,66%, ou seja, na realidade, o ganho foi de R$ 6,949 bilhões. Em alguns casos, o lucro real chega a ser o dobro do anunciado. É o caso do HSBC, que informou ganho de R$ R$ 602,5 milhões, mas, na verdade, colocou nos cofres nada menos do que R$ 1,816 bilhão.