BANCOS GANHAM MUITO E QUEREM PAGAR POUCO

Quem observa os números nos balanços das sete maiores instituições financeiras que operam no país, percebe que a situação de Bradesco, Itaú Unibanco, Santander, Banco do Brasil, Caixa, HSBC e Safra, que juntos lucraram R$ 25,8 bi apenas no primeiro semestre, é de fazer inveja aos demais setores da economia. O lucro, já alto, poderia ser bem maior, caso os provisionamentos para devedores duvidosos (PDD) não tivessem sido tão elevados, mesmo com a baixa inadimplência registrada no país. Como o PDD entra como despesa, pode rebaixar a PLR.
O setor também tem uma das mais altas rentabilidades da economia nacional. Nos três maiores bancos privados – Bradesco, Itaú Unibanco e Santander – a rentabilidade mediana ficou em 20,16% no primeiro trimestre. Outros setores têm números muito menores (8,57% para Siderurgia e Metalurgia; 5,65% para Alimentos e Bebidas; 9,97% para Têxtil; 2,91% para Químico; 7,01% para Telecomunicações e 8,58% para Construção), mas pagaram aumento real maior aos seus empregados. Um estudo do Dieese mostrou que 97% das categorias profissionais fecharam campanhas salariais com aumento real médio de 2,23% no primeiro semestre.
Os bancos querem economizar com os salários dos trabalhadores que estão na linha de frente, encarando o atendimento aos clientes e sofrendo para bater metas, mas não economizam com a remuneração dos executivos. Enquanto as despesas das maiores instituições com pessoal cresceram 5,2%, entre 2010 e 2011, a remuneração dos executivos subiu 14,29% no mesmo período. E os cálculos para 2012 mostram que essa remuneração vai aumentar mais 9,7%.