Bancos lucram R$ 37,4 bi em 2009, mas desligam 30.034 funcionários

Publicado em: 25/03/2010
Bancos lucram R$ 37,4 bi em 2009, mas desligam 30.034 funcionários

Os bancos, mesmo com lucros em 2009 acima de R$ 37,4 bilhões, desligaram 30.034 funcionários e admitiram 29.413, o que significa uma redução de 621 postos de trabalho.

Esses números fazem parte do estudo elaborado pela Contraf-CUT e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) sobre o emprego no setor bancário, com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego.

O estudo revela também que essas instituições estão usando a rotatividade para baixar a média salarial dos trabalhadores e que mantêm a discriminação em relação às mulheres, que estão sendo contratadas com salários inferiores aos dos homens.

O fechamento de vagas acontece num período em que os seis maiores bancos do país (Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco, Santander, Caixa Econômica Federal e HSBC) registraram, juntos, um lucro de R$ 37,404 bilhões, aumento de 5,41% em relação ao ano anterior, mesmo em um ano de crise financeira mundial em que o PIB do país apresentou uma queda de 0,2%.



BANCOS PRIVADOS DISPENSAM MAIS TRABALHADORES



Enquanto BB e CEF tiveram saldo positivo de 972 e 3.131 novos funcioná-rios, respectivamente, os quatro maiores bancos privados (Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e HSBC) reduziram seus quadros em 11.582 trabalhadores.

O banco que mais reduziu funcionários foi o Itaú Unibanco, que se encontra em processo de fusão.

Importante lembrar que os números do Caged são baseados somente em empregados com carteira assinada do banco, não sendo considerados terceirizados, estagiários e outros profissionais. Nos balanços, os bancos divulgam o número total de funcionários, sem transparência, uma vez que não especificam o tipo da relação de trabalho.



HÁ MAIS BANCÁRIOS MORRENDO QUE SE APOSENTANDO NOS BANCOS



Em relação ao tipo de desligamento, o que ocorre com mais frequencia é a demissão sem justa causa, responsável por  55,89% do total de trabalhadores desligados.

Outro dado que chama atenção é o pequeno número de aposentadorias entre os motivos de desligamento de funcionários dos bancos.

"Considerando que os bancários que se aposentam são quase todos de bancos públicos, podemos concluir que há mais bancários que morrem do que se aposentam nos bancos privados", denuncia o presidente da Contraf-CUT.

Confira os dados completos do estudo e a matéria na íntegra acessando a página da Contraf-CUT:



www.contrafcut.org.br