Bancos, que semearam o golpe, colhem os frutos

Desde o início de 2016, as ações do Bradesco e do Itaú na Bovespa cresceram 134% e 95% respectivamente. A valorização dos dois maiores bancos privados do país deve-se às medidas tomadas após o golpe que derrubou a presidenta eleita Dilma Rousseff e conduziu Michel Temer à Presidência da República.
Entre os “mimos” de Temer aos bancos, estão a recente aprovação, pela base aliada do governo no Congresso Nacional, da lei que acaba com a TJLP, taxa de juros mais baixa do BNDES para investimentos na indústria e infraestrutura, as anunciadas privatizações e a reforma da Previdência que, se aprovada, empurrará milhares de brasileiros para os planos privados de aposentadoria dos bancos. Os banqueiros, assim como a Fiesp e conglomerados de comunicação como a Globo, estavam entre os principais financiadores do golpe e, agora, colhem os frutos. O fim da CLT e do direito à aposentadoria, a ampliação da terceirização fazem parte do golpe, aumentando o lucro das empresas e dos bancos e sem responsabilidade para com a população e o futuro do Brasil: a reforma trabalhista, proposta pelo governo e aprovada pelo Congresso em 11 de julho, reduz direitos, barateia os custos da mão de obra e é uma pauta antiga dos banqueiros.
O diretor técnico do Dieese e sociólogo Clemente Ganz Lúcio, chamou a atenção para a concentração de renda proporcionada pelo governo Temer e seu projeto neoliberal. Afirmou ainda que esse é um fenômeno mundial: “De 2008 para cá, cada vez mais a organização econômica visa gerar formas de transferência de riqueza para os já detentores da riqueza. Nos últimos 10 anos, 95% da riqueza gerada nos EUA foi transferida para 1% da população, e 50% dos norte-americanos perderam renda. Desde 2008, o capital financeiro tomou a decisão de comandar politicamente o mundo”.