BB diz que a culpa do cancelamento de férias é dos administradores

Escalados para a difícil missão de explicar ao Ministério Público do Trabalho (MPT), por que os bancários do Banco do Brasil que participaram da greve deste ano estão sendo vítimas de retaliações, como o cancelamento de férias, abonos e licenças prêmio, os representantes da Diretoria Jurídica (Dijur), da Diretoria de Relacionamento com Funcionários (Diref) e da Diretoria de Gestão de Pessoas (Dipes), culparam os próprios administradores da instituição financeira pelas práticas antissindicais. Após mais de três horas de audiência, realizada na segunda-feira (3) em Brasília.
Durante a audiência, chamou atenção as ‘pérolas’ lançadas pelos representantes da instituição financeira.
“A culpa do cancelamento ilegal de férias é dos administradores”, disse o representante da Diref. Ele ainda afirmou que a reavaliação de férias foi direcionada para atingir os funcionários que têm horas a compensar, ou seja, os grevistas. “Que situação absurda. O próprio banco, através de seus representantes, assume que está perseguindo funcionários que exerceram seu direito de participar de uma greve legítima e, ainda por cima, joga a culpa em seus administradores, como se estes fossem os únicos agentes dessa prática ILEGAL de cancelar férias, abonos e licenças prêmio anteriormente acordados. Isso também serve de lição para mostrar para TODOS os funcionários do BB que, na hora que a corda aperta, o banco não assume suas próprias determinações, deixando para os funcionários, o ônus da culpa. Esperamos que o MPT apresente uma proposta que acabe, de uma vez por todas, com as práticas antissindicais, antiéticas, desrespeitosas e ilegais como essa”, disse o funcionário do BB e diretor do Sindicato, Marcos Alvarenga.
O MPT deu prazo ao banco até a próxima segunda-feira, dia 10, para analisar a situação e apresentar uma proposta que não prejudique os bancários grevistas.