BRADESCO DISCRIMINA MULHERES

A discriminação por gênero e idade no Bradesco começa na hora da contratação. Informada por uma conhecida de que havia vagas para caixa numa agência do Bradesco em Copacabana, Priscila Barros enviou seu Curriculum Vitae e respondeu prontamente quando foi chamada para uma entrevista. O gestor da unidade, que a entrevistou, gostou do que viu em seu CV, além da faculdade de Direito completa, experiência de mais de um ano na BrasilCap, empresa gestora de títulos de capitalização do BB. A entrevista prosseguiu até que o gerente perguntou a idade de Priscila: 28 anos. A conversa mudou e ele começou a se mostrar evasivo até que revelou que a jovem havia excedido a faixa etária desejada pelo banco para a função. Segundo o gestor, o Bradesco procurava mulheres com até 25 anos para operar seus guichês.
Priscila, então, aproveitou para entregar um CV da cunhada, Marcela, de 23 anos, estudante de Letras. A jovem foi chamada para entrevista em uma unidade no bairro de Bangu. Durante a conversa, o gestor perguntou se a jovem pensava em se casar e a resposta foi afirmativa. Veio, então, a negativa, com a desculpa de que Marcela não se encaixava no perfil procurado pelo banco. Mesmo assim, o gerente encaminhou seu nome para uma prova de seleção, mas já avisando que as chances eram poucas. Já de saída, entrevista encerrada, Marcela perguntou o que a tornava inadequada para o cargo. O gerente, sem jeito, informou que uma mulher como ela, que pensava em se casar, não era desejável, já que provavelmente teria filhos num futuro próximo e ficaria envolvida demais com eles, o que prejudicaria sua dedicação ao banco.
Em duas breves entrevistas com mulheres em plena capacidade produtiva o Bradesco demonstrou, através de dois gestores homens, que somente mulheres muito jovens e sem filhos são bem-vindas em suas equipes.
Embora nestes dois casos tenha havido discriminação explícita, o banco vai certamente negar que haja uma regra para contratação de mulheres.
O Sindicato está sempre atento a este tipo de situação e lamenta esse tipo de atitude dos bancos. Solicitamos as bancárias que fiquem atentas a estas práticas e denunciem qualquer tipo de discriminação.