Brasil tem 65,6 milhões de pessoas de fora do mercado

A lista dos efeitos perversos do golpe de 2016 não para de crescer. Algo que nunca tinha sido visto antes é que o Brasil possui 65,6 milhões de pessoas que não trabalham e desistiram de procurar emprego.

O IBGE qualifica a situação como "desalento". O índice de pessoas que ingressaram nesse grupo elevou em 1,2% entre o primeiro e o segundo trimestre do ano. Ou seja, são mais 774 mil trabalhadores.

Cresce também o número de pessoas na informalidade. Entre abril e junho, o número chegou a 37,1 milhões de pessoas, crescimento de 2,3% ante o mesmo período do ano anterior. Ainda, segundo a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), 40% dos trabalhadores do país (37 milhões) estão no mercado informal, em posições como trabalho no setor privado sem carteira assinada, trabalhador doméstico sem carteira, empregador sem CNPJ e trabalhador por conta própria sem CNPJ.

Entre abril e junho deste ano, houve queda de 1,5% nos assalariados com carteira assinada, chegando em 32,8 milhões. Também caiu por terra o discurso de Temer que sem o peso dos encargos trabalhistas, a remuneração do trabalhador seria mais alta. Só que o empregado informal ganha menos da metade do que o que tem carteira assinada. Quem trabalha na informalidade no setor privado recebeu R$ 1.313,00 ou 62% dos R$ 2.099,00 que os com carteira ganhou no trimestre encerrado em junho.