Congresso sente a pressão das manifestações e pode rever critérios das reformas

Depois da grande manifestação que tomou conta do país, na última quarta-feira (15/03), no Dia Nacional de Luta Contra as Reformas da Previdência e Trabalhista e pela saída de Michel Temer, deputados e senadores recuaram de medidas polêmicas.
Na Câmara, o tema principal das centenas de protestos que se estenderam por todo o dia no Brasil pressionou os deputados. Integrantes da Comissão Especial que analisa a PEC 287, da reforma da Previdência, afirmaram que os números enviados pelo Ministério da Fazenda não eram suficientes.
Os parlamentares haviam pedido ainda em fevereiro o envio dos cálculos atuariais, com informações completas dos benefícios referentes ao período de 2000 a 2015. Encaminhado somente na terça-feira (14/03), o documento trazia resumos de informações. Como justificativa, o governo alegou que o pedido seria "uma extração onerosa tanto em termos financeiros como em tempo necessário para a execução".
Já na noite de quarta, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, decidiu reabrir o prazo para a apresentação de emendas à PEC, estendendo para hoje (17/03). Até dia 14/03, haviam sido apresentadas 146 emendas sugerindo alterações. Entre elas, a mudança de pontos decisivos da reforma do governo golpista de Temer, como a idade mínima para a aposentadoria, a regra de transição, mudanças para aposentadoria rural, entre outros. Não apenas a oposição, como também membros da base aliada enviaram os pedidos, como o líder da maioria, deputado Lelo Coimbra, que assina 25 emendas.
Também diante da ampla adesão popular aos protestos e da reação dos parlamentares, o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros, criticou as medidas econômicas de Temer e afirmou que o governo "precipitadamente já inviabilizou a reforma da Previdência".
Petropolitanos também foram as ruas contra a Reforma da Previdência
Em Petrópolis, o Movimento Sindical organizou uma grande mobilização contra a Reforma da Previdência com concentração na Praça da Inconfidência às 17 horas, logo após, todos os participantes seguiram pelo Centro histórico em direção à Praça Dom Pedro II.
Para o presidente do Sindicato dos aposentados em Petrópolis, Gabriel Arcanjo, a medida é arbitrária. Segundo ele, em Petrópolis haviam 46 mil aposentados e pensionistas até 2016.