Cortes de Temer atingem os bancários

O governo interino de Michel Temer segue com seus alvos bem delineados: corte de direitos trabalhistas, sociais e de benefícios. E, desta vez, o corte intervém diretamente na saúde dos brasileiros. O governo pretende cancelar 30% dos auxílios-doença e 5% das aposentadorias por invalidez. As mudanças, que devem ser feitas por medidas provisórias têm o objetivo de poupar R$ 6,3 bilhões, segundo Marcelo Siqueira, assessor especial da Casa Civil.
A categoria bancária pode ser uma das mais atingidas com a política de cortes promovida pelo governo interino de Michel Temer. A mais nova medida dificulta a concessão de benefícios para trabalhadores adoecidos.
A rotina de trabalho alucinante faz dos bancários um dos que mais se afastam das atividades por problemas de saúde. De 2009 a 2013, o índice de afastamento por motivo de doença ocupacional cresceu 40,4%, segundo o INSS. Nos demais setores a elevação foi de 26,2% no mesmo período.
Os principais problemas são decorrentes de transtornos psíquicos - resultados da pressão diária e do assédio moral. A alta é de 70,5% frente a 19,4% dos demais segmentos profissionais.
Os índices poderiam ser bem maiores. Isso porque é prática no INSS o médico perito recusar o afastamento do trabalhador doente, mesmo quando é nítido o problema de saúde.
Basta analisar friamente as decisões tomadas por Temer para saber a serviço de quem está o presidente interino. Enquanto trabalha para cortar 30% dos 840 mil auxílios-doença e 5% das 3 milhões de aposentadorias por invalidez, o governo concede aumento salarial de 41% aos juízes.
O andar de cima da pirâmide social também segue numa boa. No Palácio do Planalto não se fala em taxar as grandes fortunas, fundamental para tirar o Brasil da crise econômica. Sobre o assunto, silêncio total.