Cresce pressão internacional contra golpe

O filme do Brasil está cada vez mais queimado lá fora. Não são apenas os veículos de comunicação internacionais que andam denunciando a situação política que levou ao afastamento da presidenta Dilma Rousseff e à nomeação de ministros corruptos. O repúdio também emana de diversos países e organismos internacionais.
Na sexta-feira, 03/06, ao negar o golpe, um diplomata brasileiro foi vaiado durante conferência da Organização Internacional do Trabalho, organismo vinculado a Organização das Nações Unidas (ONU). A presidenta da sessão, Cecilia Mulindeti-Kamanga, cortou a fala do diplomata, alegando que o representante do governo infringiu as regras da conferência ao tratar de assunto fora da pauta.
Esta foi só a mais recente manifestação de repúdio em instâncias internacionais. No final do mês de maio, 30 eurodeputados assinaram carta enviada à Alta Representante da União Europeia (UE) para Política Externa e Segurança, Federica Mogherini, reivindicando que não negocie com o presidente interino Michel Temer. O governo brasileiro lidera o acordo comercial entre o bloco e o Mercosul.
A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), a mais importante comissão da ONU no subcontinente, divulgou em março nota com teor forte em que presta total apoio ao mandato de Dilma Rousseff e conclama a sociedade brasileira a respeitar o resultado das urnas, sob o risco de desestabilizar a democracia em todo o continente.