Crise econômica faz trabalhador aceitar função degradante, diz procurador do MPT

Publicado em: 17/07/2019
Crise econômica faz trabalhador aceitar função degradante, diz procurador do MPT

A crise econômica tem levado as pessoas a aceitar qualquer tipo de trabalho, sob quaisquer circunstâncias. Muitas vezes, basta o empregador pagar o salário em dia que o trabalhador aceita qualquer tipo de condição, inclusive aquelas degradantes, e não denunciam para não perder a subsistência.




Para informar toda a sociedade brasileira sobre essa grave situação, que atinge adultos, crianças e adolescentes de todo o país, o Ministério Público do trabalho (MPT) vai lançar uma lista com os nomes de empresas e pessoas físicas já condenadas judicialmente por trabalho escravo nos 24 Tribunais Regionais do Trabalho do país.




A lista suja da Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), do Ministério da Economia, divulga apenas os nomes das empresas condenadas administrativamente. A última lista foi divulgada em janeiro.


 

Entre 2003 e 2018, foram resgatados 45.028 trabalhadores em situação análoga à escravidão, segundo o MPT. Em geral, esses trabalhadores não têm   local para refeição, abrigo contra chuva, sanitário, reposição de água potável, fornecimento de roupa de cama, nem carteira assinada.




E a exploração também atinge crianças e adolescentes. Entre 2014 e 2018, o MPT recebeu 21.551 denúncias de exploração do trabalho da criança e do adolescente; ajuizou 968 ações e firmou 5.990 termos de ajustamento de conduta.