Críticas à autonomia do BC e 'fora Campos Neto' marcam protestos contra juros altos
Trabalhadores e trabalhadoras de várias partes do Brasil participaram nesta terça-feira (21) de protestos contra os juros praticados pelas instituições financeiras no país, as mais altas taxas do mundo.
No Rio de Janeiro, as manifestações organizadas pelo movimento sindical e entidades de organização social teve passeata da Candelária até a sede do Banco Central, na Avenida Presidente Vargas. Os protestos foram marcados por críticas pesadas à "autonomia" do BC, criada no governo anterior pelo então ministro da Economia, Paulo Guedes. Os manifestantes exigiram também a renúncia de Roberto Campos Neto à frente da instituição que hoje controla a política cambial e de juros no país.
A presidenta da Federa/RJ (Federação das Trabalhadoras e Trabalhadores no Ramo Financeiro do Estado do Rio de Janeiro), Adriana Nalesso, disse que a mobilização da sociedade vai continuar pela redução de juros.
"Não vamos sair das ruas enquanto as taxas de juros não caírem. Somente no ano passado os bancos lucraram R$92 bilhões e o Brasil pagou de juros da dívida pública cerca de R$580 bi", destacou. Nalesso declarou ainda que a lucratividade do sistema financeiro é uma contradição "num país com mais de 30 milhões de pessoas passando fome".
"O voto do nosso povo aponta para a retomada do desenvolvimento e da distribuição de renda e não para manter mais de 30 milhões de pessoas que não comeram um pedaço de pão pela manhã e não sabem se terão o que comer à noite", criticou o presidente da CUT-Rio (Central Única dos Trabalhadores), Sandro Cezar, referindo-se ao aumento da insegurança alimentar no Brasil, nos últimos quatro anos.
Os diretores do SindBancários Petrópolis Marcos Alvarenga, Claudia Botelho, Sávio Barcellos e Luis Rosa participam do ato representando nossa entidade.