Demissões aterrorizam trabalhadores do Itaú Unibanco

Desde abril as demissões no Itaú Unibanco vêm se intensificando e aterrorizando ainda mais os bancários. A onda começou já no início do ano com a justificativa de que esses funcionários apresentavam baixa performance. Em resposta, o banco diz que alguns departamentos estão passando por reestruturação, ou seja, na prática, áreas estão sendo encerradas.
A maioria dos trabalhadores dispensados tem mais tempo de banco (acima de 10 anos) ou salário maior por terem cargo pleno, sênior ou coordenação. Já na rede de agências, os relatos são de que os funcionários estão sendo pressionados pelo Agir e quem não bate as metas é demitido.
PROGRAMA AGIR TEM DE MUDAR
O programa Agir (Ação Gerencial Itaú de Resultados) para os bancários do setor operacional apresenta diversas falhas. O plano de metas é controlado por atribuição de pontuação individual de cada trabalhador. Aí é que mora o problema.
O foco é a meritocracia, com base em três pontos: objetivo, apuração e premiação. As metas, no entanto, são exorbitantes e alteradas no mês. A situação piora nas férias e nos afastamentos por licenças médicas. Em alguns casos, os empregados são obrigados a tirar apenas 20 dias de férias. Ou seja, tem de dar conta da meta de um mês em apenas 10 dias. Por causa da imposição acirrada do programa, alguns gestores não conseguem “filtrar” a política de gerenciamento imposta pelo banco. O resultado são conflitos no ambiente de trabalho.