Demissões no Itaú: Banco tem que apresentar proposta de acordo

Publicado em: 03/10/2025
Demissões no Itaú: Banco tem que apresentar proposta de acordo

Ainda não houve acordo com o Itaú sobre as mais de mil demissões realizadas pelo banco no dia 8 de setembro, a maioria delas na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, que solicitou a mediação do Tribunal Regional do Trabalho após o banco ter se recusado a negociar com os empregados demitidos e sua representação sindical.

A audiência de mediação ocorreu na noite da última quarta-feira (1º). Como não houve acordo, o mediador deu 48 horas para que o banco apresente uma nova proposta e marcou uma nova audiência para esta sexta-feira (3), às 18h. “Juntamente com o sindicato, estamos aqui para defender o emprego e garantir que os direitos dos trabalhadores sejam respeitados”, disse o vice-presidente da Contraf-CUT, Vinícius Assumpção, que participa do procedimento de mediação por solicitação do sindicato. “É importante que os trabalhadores fiquem atentos ao site e redes sociais da Contraf-CUT e do sindicato e não deixem de participar das plenárias e atividades que forem realizadas. Com a união de todos podemos chegar a uma boa solução para os trabalhadores”, completou.

A presidenta do Seeb/SP e coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, Neiva Ribeiro, destacou as várias iniciativas do movimento sindical para tentar um acordo com o banco para resolver a questão da demissão em massa realizada pelo banco. “Já realizamos plenárias com os trabalhadores e diversas manifestações e paralisações para tentar que o banco reveja as demissões. Continuamos tentando resolver a questão pela via negocial e na sexta-feira realizaremos uma nova audiência de mediação para buscarmos um acordo”, disse.

“Os trabalhadores foram chamados de improdutivos e demitidos sem direito de defesa. Ficaram manchados na sociedade e o banco tem que reparar esse dano”, completou a coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú, Valeska Pincovai.

Neiva Ribeiro destacou ainda que este caso vai muito além das demissões no Itaú. “O que está em jogo não é apenas o que foi feito com os empregados do Itaú, mas o futuro do teletrabalho, do home office e outros direitos, não apenas no Itaú, mas nos acordos de teletrabalho em todos os bancos. Temos que garantir que os bancos respeitem a mesa de negociação e os direitos dos trabalhadores, inclusive a LGPD e os direitos de privacidade dos trabalhadores”, disse Neiva, lembrando que a última mesa única de negociações com a Fenaban tratou do tema.

Atualizado:

A segunda audiência de mediação no Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2), realizada na noite da sexta-feira (3/10), terminou sem acordo entre o Itaú e os sindicatos que representam os mais de mil trabalhadores demitidos em 8 de setembro. A mediação foi solicitada pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região que concentra a maioria dos demitidos em sua base.

Na primeira reunião, realizada na quarta-feira (1º), também não houve consenso, levando o mediador a conceder um prazo de 48 horas para que o banco apresentasse uma nova proposta.

A presidenta do Seeb/SP e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, Neiva Ribeiro, criticou novamente a falta de negociação prévia com os sindicatos. “Da forma como foi feita, os trabalhadores foram pegos de surpresa, sem aviso ao sindicato. Os próprios trabalhadores nos procuraram. Por isso, achamos muito injusta a medida e não concordamos. Queremos analisar caso a caso, pois nosso papel é defender os trabalhadores e seus pontos de vista.”

O movimento sindical reforçou a necessidade de avaliar situações específicas, como a de trabalhadores adoecidos, deficientes e gestantes, além de garantir ressarcimento por danos morais. “Fomos surpreendidos com essas demissões e a proposta apresentada pelo banco não atende às necessidades específicas dos trabalhadores, nem garante condições justas para todos. É fundamental que cada caso seja analisado individualmente, especialmente de trabalhadores adoecidos, gestantes e pessoas com deficiência. Continuaremos a dialogar com o Itaú, mas não abriremos mão de defender direitos e garantir que os trabalhadores recebam o que lhes é devido”, afirmou a coordenadora da COE Itaú, Valeska Pincovai.