Direito do trabalhador em perigo

Publicado em: 26/10/2018
Direito do trabalhador em perigo

Os empresários brasileiros nunca se conformaram com o 13º salário, uma conquista histórica dos trabalhadores instituída em 1962, pelo então presidente João Goulart, que acabou sendo derrubado por um golpe civil e militar, em 1964, com apoio deste mesmo empresariado.


Todo trabalhador sabe da importância que tem o 13° para a vida das famílias brasileiras. É com esta verba que, no final do ano, milhões de brasileiros vão às compras e muitas vezes, diante dos maiores juros do mundo cobrados pelos bancos, quitam dívidas no cartão de crédito ou no empréstimo pessoal. Por mais contraditório que possa parecer, o benefício não possui apenas uma importância particular para as famílias, mas é fundamental para a sobrevivência do comércio e também para quem produz, a indústria. Mas, o empresariado brasileiro parece não entender que não há capitalismo e economia fortes sem o poder de consumo de massa.


Nos momentos de crise, como a vivida agora, é o 13º que faz girar a economia: o comerciante vende mais, as fábricas aumentam a produção, gerando emprego e renda. Este incremento vai gerar cerca de R$211,2 bilhões na economia brasileira este ano, o equivalente a 3% do Produto Interno Bruto (PIB). O valor total cresceu 2,8% em relação a 2017. Considerada a inflação (INPC-IBGE) prevista para o ano, o instituto calcula queda de 1,3%.


A estimativa é do Dieese e foi divulgada no dia 18 de outubro. O cálculo do Dieese abrange 48,7 milhões de trabalhadores com carteira (sendo 1,8 milhão de empregados domésticos) e 35,8 milhões de aposentados e pensionistas (34,8 milhões beneficiários do INSS), com média de R$ 2.319,59.