Dois anos após realização de concurso, Caixa se nega a convocar aprovados

Publicado em: 27/06/2016
Dois anos após realização de concurso, Caixa se nega a convocar aprovados

Na última semana, a Caixa anunciou a aprovação de 32.879 pessoas em um concurso público que teve cerca de 1,2 milhão de inscritos. Contudo, até o momento menos de 8% dos aprovados foram contratados. Isso culminou em diversas manifestações em todo o Brasil em prol da convocação de mais funcionários e inclusive, em ações judiciais contra a Caixa, sendo que uma delas conseguiu a suspensão do prazo de validade do processo seletivo, válido até o trânsito julgado em ação.


O concurso realizado em 2014 foi o maior da história da instituição financeira. Porém, um número ínfimo de aprovados foram convocados. Para piorar a situação, a Caixa implementou vários Programas de Apoio à Aposentadoria (PAA), diminuindo mais ainda  número de empregados e acelerando o processo de precarização das condições de trabalho e atendimento ao cliente.


Além de reduzir o número de bancários e bancárias, a Caixa tem aumentado o número de trabalhadores terceirizados. Outro fato que mostra a falta de compromisso da Caixa com os trabalhadores e clientes é o fato da instituição financeira ter descumprido o Acordo Coletivo da Campanha Salarial 2014, na qual se comprometeu a contratar 2 mil novos empregados.


A Caixa Econômica Federal é alvo de duas Ações Civis Públicas: uma pela falta de convocação dos aprovados no geral e outra específica em relação aos portadores de deficiência. Nos dois casos, o banco já se pronunciou que não há planos para contratar. Na ACP mais abrangente, o procurador Carlos Eduardo Brisolla, do MPT no Distrito Federal e no Tocantins, apontou que “a omissão do réu em não estipular vagas específicas nos editais para suprir as demandas existentes ofende não só o princípio do concurso público, mas também os da moralidade, impessoalidade e, especialmente, o da publicidade, que naturalmente exige transparência”.