Dono do Itaú defende reforma trabalhista

Quando um banqueiro como Roberto Setubal, dono do Itaú, defende a reforma trabalhista, taxando a CLT (Consolidação das Leis de Trabalho) de "muito detalhista, burocrática e intervencionista ao extremo”, fica claro a quem interessam as mudanças na legislação propostas por Temer e sua base aliada no Congresso: a banqueiros e rentistas, não aos trabalhadores.
Ao contrário do que declarou o diretor da OIT (Organização Internacional do Trabalho), Peter Poschen, que afirmou, “Setubal reproduziu o discurso do governo federal para justificar a retirada de direitos dos trabalhadores”.
"Se não criarmos uma legislação trabalhista equilibrada, que dê condições para as empresas aumentarem a produção e gerarem riqueza, enfrentaremos um problema sério. Nunca teremos como resolver nossos problemas sociais", afirmou o banqueiro em Oxford, no Reino Unido, durante o segundo dia do Brasil Forum UK 2017.
Além de defender a implosão dos direitos dos trabalhadores brasileiros, Setubal também é um entusiasta do fim da aposentadoria pública no país.
"A reforma da Previdência dará uma perspectiva fiscal permitindo um cenário mais previsível, essencial para que a gente retome o crescimento econômico sustentável. O crescimento econômico é essencial para a solução dos nossos problemas sociais”, declarou o membro da 12ª família mais rica do Brasil, de acordo com a revista Forbes Brasil, com patrimônio de R$ 3,3 bilhões.