Durante a pandemia, os ganhos aumentaram nos bancos

Nos últimos dias foram divulgados os demonstrativos financeiros do terceiro trimestre dos principais bancos atuantes no país e os resultados, mais uma vez, mostram que não há crise para os banqueiros. Juntos, o Bradesco, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, o Itaú Unibanco e o Santander, somaram R$ 80,9 bilhões nos nove primeiros meses do ano, com alta de 52,3% em relação ao mesmo período do ano de 2020.
Os bancos estão mais rentáveis, as carteiras de crédito foram ampliadas em quase R$ 4,0 trilhões, as receitas com prestação de serviços e tarifas totalizaram R$ 105,6 bilhões com crescimento médio de 5,1%, valor mais que suficiente para cobrir as despesas com pessoal.
Os índices de inadimplência continuaram em patamares baixos, melhores, inclusive, que na pré pandemia.As Provisões para Devedores Duvidosos (PDD), que reduziram os lucros num período passado, seguem caindo. Existe crise para a sociedade brasileira que segue empobrecida, em um cenário de aumento da precarização do trabalho, informalidade e desemprego. Mesmo num cenário tão favorável, os bancos continuam demitindo e fechando agências. Em 12 meses foram fechadas 1.389 agências físicas e, somente o Bradesco e BB eliminaram mais de 15 mil postos de trabalho.
No Brasil, já são 13,7 milhões de desempregados e o setor mais lucrativo contribui para o aumento desse número. Não há justificativa para os bancos fecharem postos de trabalho em plena pandemia. É importante que as instituições financeiras, responsáveis por cuidar do dinheiro da população, sejam um instrumento para o desenvolvimento econômico e não para fragilizar ainda mais a economia.