Executivo do Santander vai comandar Banco Central

O executivo do Santander Roberto Campos Neto foi indicado pelo presidente eleito para presidir o Banco Central. A nomeação significa que mais uma pessoa com ligações próximas aos bancos comandará o órgão regulador do setor financeiro. Campos Neto é um dos nomes que aparece na investigação do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ) chamada Bahamas Leaks, uma lista de empresários e banqueiros brasileiros com registros de empresas offshores naquele paraíso fiscal, e divulgada aqui no Brasil pelo jornalista Fernando Rodrigues.
O comando do Bacen será trocado de seis por meia dúzia. Sai Ilan Godfajn, um executivo do Itaú e entra um executivo do Santander. A raposa continuará cuidando do galinheiro e ditando as regras do jogo.
O dedo de agentes egressos do Santander na política econômica já causou estragos em Porto Rico. Na ilha caribenha, Carlos Garcia, ex-diretor do Santander, foi um dos principais artífices de uma fórmula de capitalização de juros da dívida pública daquele país, da qual o banco espanhol é um dos maiores beneficiários. Como consequência, uma dívida que era de US$ 4,3 bilhões saltou para mais de US$ 70 bilhões.
Para enfrentar a situação o governo norte-americano, que controla a ilha, formou uma junta composta também por ex-diretores do Santander que impôs à população uma política de corte nas políticas públicas e sociais, o que agravou ainda mais a situação calamitosa do país, inclusive com fechamento de escolas e hospitais. Tudo isso para pagar juros de uma dívida da qual um dos principais credores é o Santander.