Extinguir a Justiça do Trabalho é caminho ´irracional´, diz magistrado

Durante ato nacional em defesa da Justiça do Trabalho, na tarde de terça-feira 05/02, em Brasília, o presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), Guilherme Feliciano, afirmou que propor a extinção desse ramo do Judiciário é um "caminho irracional". Ele lembrou que a fala de Jair Bolsonaro, posteriormente desmentida, embora emblemática, não foi a única nesse sentido, e os ataques ocorrem há décadas.
"A Justiça do Trabalho não é uma jabuticaba brasileira, como dizem os incautos e os elitistas", afirmou Feliciano. "Jurisdição trabalhista há em todo mundo", acrescentou, durante o evento no Auditório Nereu Ramos da Câmara, que reuniu magistrados, advogados, servidores e parlamentares. "Este é um ato apartidário, plural e democrático, em defesa da JT e dos direitos sociais", definiu o presidente da Anamatra.
Desde janeiro, após a declaração de Bolsonaro em uma entrevista, em que admitiu a possibilidade de extinção, dependendo do ambiente institucional, foram realizadas manifestações pelo país em defesa do Judiciário trabalhista.
O ato na Câmara foi organizado pela Anamatra, Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT), Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal e Ministério Público da União (Fenajufe), Associação Brasileira de Advogados Trabalhistas (Abrat) e pelo Conselho Federal da OAB.
Durante um evento da Abrat, no dia 04/02, o vice-presidente nacional da Ordem, Luiz Viana, disse que a entidade vai participar das ações em defesa de direitos sociais e do Judiciário. "Os ataques e as tentativas de desconstrução atingem não apenas a Justiça do Trabalho”, afirmou a presidenta da Abrat, Alessandra Camarano.