Federação envia carta à Febraban sobre recusa de pagamentos

A prática adotada pelos bancos de recusar recebimentos e depósitos na boca do caixa tem gerado insatisfação nos clientes e gerado atritos entre os bancários e o público. Os trabalhadores são orientados pelos gestores a restringir a entrada de correntistas e usuários que desejam fazer pagamentos ou depósitos de baixo valor. A Fetraf-RJ/ES recebeu denúncias repassadas por sindicatos de toda a base e decidiu interpelar a Fenaban sobre esta orientação dos bancos.
Como sempre, os banqueiros não dão a mínima importância aos empregados e ao público. Depois de criarem as agências sem caixa, os bancos passaram a restringir as operações realizadas nos guichês, inicialmente suspendendo os convênios com as concessionárias de serviços públicos. Agora, até mesmo os depósitos são rejeitados.
Interessados em operações com lucratividade mais alta e com cada vez menos funcionários na área operacional, os bancos fazem de tudo para esvaziar as unidades. Com menos gente para realizar as operações, o tempo de espera por atendimento aumenta. Como muitos municípios do país já têm lei da fila, a solução encontrada foi retirar os clientes e usuários das agências. Mas quem faz o trabalho pesado e arriscado são os bancários. Os gestores mandam um funcionário fazer a triagem do atendimento, orientando quem pretende fazer pagamentos ou depósitos a usar os canais alternativos. Os correntistas são direcionados para o autoatendimento e os usuários, para os correspondentes bancários. Segundo denúncias que chegaram a sindicatos filiados à Fetraf-RJ/ES, os gestores instruem seus subordinados a falarem “com firmeza” com o público. Os trabalhadores ficam, assim, sujeitos à irritação e à revolta da população que se vê expulsa dos estabelecimentos bancários.