Golpe comandado por patrão não pode ser bom para trabalhador

Este 17 de abril entrará para a história da nação brasileira como o dia da vergonha. Uma maioria circunstancial de uma Câmara de Deputados manchada pela corrupção ousou autorizar o impeachment de uma presidente da República contra a qual não pesa qualquer crime de responsabilidade!
As forças sociais e políticas que alimentaram essa farsa – entidades empresariais, políticos como Eduardo Cunha, réu no STF por crime de corrupção, partidos derrotados nas urnas como o PSDB, interesses exteriores ao Brasil interessados em pilhar nossas riquezas e privatizar empresas como a Petrobras e entregar o Pré-sal para as multinacionais – com a ajuda de uma mídia golpista como a Rede Globo e com a cobertura de uma operação jurídico-policial voltada para atacar determinados partidos e lideranças e não outros, tem o objetivo de liquidar direitos trabalhistas e sociais do povo brasileiro.
A luta continua contra o golpe tramado para derrubar uma presidente eleita, contra a democracia e nossos direitos arrancados na luta, em nome de um falso combate à corrupção e de um impeachment sem crime de responsabilidade. O golpe não é contra o PT, o Lula ou a Dilma, é contra os direitos dos trabalhadores, contra os direitos sociais e contra a liberdade de expressão.
Os mesmos deputados e empresários que defendem o impeachment são os que propuseram a lei da terceirização na atividade-fim (PL 4330 aprovado na Câmara e que seguiu para o Senado como PLC 30) para demissão dos contratados diretos e contratação de terceirizados com metade dos salários e benefícios. São os mesmos que no governo FHC tentaram acabar com a CLT, alterando o seu artigo 618 (Prevalência do negociado sobre o legislado), quando a CUT fez uma guerra em nível nacional e conseguiu barrar. São os mesmos que defendem a jornada de trabalho flexível para que o empresário possa adequar a jornada às suas necessidades. Basta lembrar o que disse o vice-presidente da Fiesp, Benjamin Steinbruch, em 2014, quando falou que esse era o momento de flexibilizar direitos trabalhistas, que nos EUA o trabalhador almoça com uma mão e opera máquina com outra.