Greve cresce no segundo dia

Ontem (07/10), segundo dia da greve nacional dos bancários, foi marcado pelo crescimento da mobilização em todo o Brasil. Nos 26 Estados da Federação e no Distrito Federal, 8.763 agências e centros administrativos permaneceram fechados durante todo o dia. Um aumento de 2.512 agências, cerca de 40% maior que a paralisação do primeiro dia de greve.
Em Petrópolis, ontem as agências do HSBC, Santander, BB e Caixa ficaram fechadas. Hoje (08/10), as unidades do Itaú Unibanco, BB e Caixa permanecem paralisadas.
Nos últimos anos, os bancários vêm conquistando aumentos reais de salário e foi a força da greve que levou os banqueiros a retomar as negociações e a apresentar uma nova proposta.
Na Campanha Nacional 2015, a greve vem crescendo e o período de sua duração será definido pela força da mobilização dos bancários.
Somente uma greve forte garantirá uma proposta decente, que respeite a imensa participação dos bancários, com seu trabalho, nos lucros astronômicos que os bancos vêm apresentando.
Em um cenário de juros altos, os principais bancos do país têm registrado aumento no seu lucro nos primeiros meses deste ano. O Bradesco, por exemplo, encerrou o primeiro trimestre de 2015 com lucro líquido contábil de R$ 4,24 bilhões, um crescimento de 6,3% com relação ao resultado do quarto trimestre de 2014 e de 23,3% frente ao mesmo período do ano anterior. O Banco do Brasil, maior banco do país em ativos, anunciou recentemente que teve lucro líquido de R$ 5,81 bilhões no primeiro trimestre, alta de 117,3% ante igual período de 2014. Já o Itaú Unibanco registrou lucro líquido contábil de R$ 4,41 bilhões no primeiro trimestre deste ano. Foi registrado crescimento de 27,3% sobre os R$ 3,472 bilhões do primeiro trimestre de 2013.
Segundo um levantamento feito pela consultoria Economática para a BBC Brasil, apesar da desaceleração econômica, a rentabilidade sobre patrimônio dos grandes bancos de capital aberto no Brasil foi de 18,23% em 2014, mais que o dobro da rentabilidade dos bancos americanos (7,68%).
Recentemente uma publicação realizada pelo jornal norte-americano "The New York Times", diz que os juros praticados em algumas linhas de crédito no Brasil "fariam um agiota americano sentir vergonha", citando os ganhos dos cartões de crédito em mais de 240% ao ano e de 100% cobrados pelos empréstimos bancários.