Greve dos bancários chega ao 15º dia e Fenaban não apresenta nova proposta

A adesão ao movimento da greve nacional dos bancários, se mostra ainda mais forte. Ontem foram 13.071 agências paralisadas em todo o país, o que representa um recorde para a categoria bancária.
Estes números refletem a insatisfação dos bancários diante do descaso da Fenaban, que até o momento não apresentou uma nova proposta que atenda às necessidades da categoria.
Os bancos insistem em propor um reajuste de 7% - índice abaixo da inflação, que já chegou a 9,62% e continuam ignorando outras reivindicações como fim das demissões, mais contratações, melhores condições de trabalho e de atendimento à população.
A alta lucratividade do setor bancário demonstra que os bancos possuem condições de atender às reivindicações da categoria. Só em 2015 o Itaú Unibanco lucrou R$ 23,35 bilhões. Já o Bradesco chegou aos R$ 17,19 bilhões, o Banco do Brasil atingiu R$ 14,4 bilhões, a Caixa R$ 7,2 bilhões e o Santander chegou a lucrar R$ 6,624 bilhões.
Os bancos fingem não saber, mas a greve é um direito previsto na Constituição Federal. A lei de número 7.783/89 diz claramente, no artigo 1º, que "é assegurado o direito de greve". O texto é claro, mas ignorado pelas organizações financeiras.
A realidade é que as empresas têm utilizado diversas artimanhas para coibir o movimento legítimo. Comunicados internos, gravações e pressão para que os funcionários voltem aos postos são cada vez mais constantes.
É só ler a Lei de greve para compreender que a atitude é ilegal. No texto, existe a proibição dos patrões de adotarem "meios para constranger o empregado ao comparecimento ao trabalho, bem como capazes de frustrar a divulgação do movimento".
Bom lembrar que os bancos podem acabar com a greve. É só atender a pauta da categoria, que inclui reajuste salarial de 14,62% (reposição da inflação mais 5% de aumento real), PLR de três salários mais R$ 8.317,90, mais contratações, segurança e melhores condições de trabalho.