Greve dos bancários chega no seu 11º dia

Os banqueiros insistem em manter a intransigência e continuam em silêncio.

A greve nacional dos bancários entra hoje (16/10), em seu décimo primeiro dia, em Petrópolis, as agências do Bradesco, BB e Caixa ficaram fechadas durante todo o dia. Ontem, em todos os estados brasileiros, 11.818 agências e 44 centros administrativos paralisaram suas atividades.

A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) até o momento não se manifestou e não há perspectivas de retomada das negociações. Os banqueiros insistem na proposta rejeitada nas assembleias: reajuste de 5,5%, abaixo da inflação (9,89%) e abono de R$ 2.500,00.

Este reajuste representa para a categoria uma perda real de 4%. O pior dos últimos tempos. Um total desrespeito, visto que, os bancários reivindicam uma proposta de reajuste digno para os salários, com 16%, reposição da inflação mais 5,7% de aumento real, além de mais contratações, melhores condições de trabalho e medidas de atenção à saúde do trabalhador.

Enquanto os demais setores da economia apresentam recuos, fruto da crise econômica, os bancos batem recordes de lucros. As cinco maiores instituições financeiras do pais (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Itaú, Bradesco e Santander) faturaram R$36,3 bilhões nos primeiros seis meses deste ano, resultado 27,3% maior do que o mesmo período do ano passado.

Mesmo faturando cada vez mais, os bancos continuam cortando postos de trabalho. O curioso é que são os maiores bancos os que mais dispensam trabalhadores.

De janeiro a agosto, foram fechados 6.003 postos de trabalho no setor financeiro, segundo estudo feito pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). O saldo negativo do período resultou de 23.807 admissões contra 29.810 desligamentos.