Greve é direito constitucional, diz secretário de segurança
Em audiência com bancários, Antonio Ferreira Pinto considerou equívoco reunião secreta entre Febraban e Polícia Militar
O presidente do Sindicato de São Paulo, Luiz Cláudio Marcolino, denunciou ao secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Antônio Ferreira Pinto, a realização da reunião entre responsáveis pela segurança dos bancos e o Comando da Polícia Militar (PM), da capital paulista, para montar um esquema de repressão a uma “possível” greve dos bancários.
Em reunião na tarde de terça-feira 22, Marcolino apresentou o e-mail encaminhado pela federação dos bancos (Febraban) aos seus filiados convocando para o encontro com a PM. Ao ver que um dos itens da audiência era “planejamento de ações conjuntas frente ao movimento grevista”, Ferreira Pinto foi taxativo: “é evidente que houve a reunião. Isso é um equívoco. Não é um procedimento correto”, disse o secretário ao afirmar que irá procurar o comandante da Polícia Militar para tratar do assunto. “A greve é um direito constitucional. A obrigação da PM é mantê-la em termos pacíficos”, destacou.
Luiz Cláudio Marcolino e a secretária-geral do Sindicato, Juvandia Moreira, apresentaram documentos que comprovaram que todos os procedimentos previstos na Lei de Greve foram respeitados, como publicação de edital de convocação de assembleia, aviso de greve à população e comunicado de greve à Fenaban. “Todos os procedimentos legais estão sendo tomados. Os trabalhadores têm de ter seu direito de greve garantido e sua integridade física respeitada”, afirmou Marcolino.
Os bancários também estão distribuindo jornais aos clientes e divulgando spot de rádio para comunicar à população que a greve não é para prejudicá-la e que por isso os serviços dos caixas eletrônicos serão mantidos.
No dia 15 de setembro, o Sindicato havia protocolado um pedido de audiência com o secretário de Segurança Pública. O presidente do Sindicato também se reuniu com o deputado Vanderlei Siraque, membro da Comissão de Segurança da Assembléia Legislativa de São Paulo (Alesp), para que denunciasse aos demais parlamentares a reunião entre Fenaban e PM e que também solicitasse a audiência com o secretário.