HORÁRIO ESTENDIDO NO ITAÚ É CRITICADO EM REUNIÃO

Publicado em: 14/09/2012
HORÁRIO ESTENDIDO NO ITAÚ É CRITICADO EM REUNIÃO

Em reunião com a direção do Itaú Unibanco ontem, quinta-feira, dia 13/09, a Contraf-CUT, assessorada pela Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú, criticaram duramente a forma unilateral e sem transparência que o banco está implantando com o projeto de ampliação do horário de atendimento de agências. Os dirigentes sindicais apontaram os inúmeros prejuízos que o programa está trazendo aos bancários no país todo e advertiram que, somados com os outros problemas que ocorrem no Itaú, principalmente as demissões, será o banco onde a greve nacional da categoria terá o maior êxito, em razão do descontentamento dos trabalhadores.


A reunião, realizada na sede da Contraf-CUT, foi marcada depois das manifestações e paralisações da semana passada em várias capitais. Os representantes do banco informaram que 167 agências (66 em shoppings e 101 em corredores) já estenderam o horário. A medida está em vigor desde o dia 27 de agosto e o objetivo do banco é chegar a 1.500 agências com horários ampliados em todo o país.


Os representantes das federações de bancários na COE expuseram aos representantes do Itaú todos os problemas que a implementação do projeto está trazendo para os trabalhadores, contradizendo a visão rósea que o banco tenta vender. Os principais problemas são: os bancários estão sendo forçados a aderir ao projeto, com medo de demissões e por autoritarismo dos gestores, ao contrário do que diz o banco de que a adesão é voluntária; é frequente a extrapolação da jornada de trabalho, chegando a dez horas por dia, sem pagamento de horas extras; com as jornadas maiores, muitos estão abandonando faculdades, outros deixando os filhos em tempo integral em creches; alguns não conseguem mais ver os filhos; os bancários estão pagando para trabalhar, seja porque subiu o valor da creche ou para pagar estacionamento nos shoppings; pioraram as condições de segurança, principalmente nos horários de saída nos corredores bancários; o banco está tirando caixas de agências para colocar nas unidades envolvidas no projeto, agravando os problemas da extrapolação do horário e da falta de funcionários.


“Enquanto os altos executivos ganham para aumentar o índice de eficiência, mais os bancários trabalham e perdem qualidade de vida, diminuem o tempo para ficarem com seus filhos, com a família e para o lazer. A sociedade não quer esse tipo de serviço. E nós vamos lutar para melhorar a qualidade de vida dos bancários. Por isso, o nosso projeto é que o horário de atendimento vá só até às 17h", concluiu Carlos Cordeiro - Presidente da CONTRAF.