HSBC virou lavanderia de dinheiro

Segundo maior banco do mundo, o HSBC é mais uma vez acusado de lavagem de dinheiro de milionários que desejam lesar o fisco e de traficantes de armas e drogas que querem aquecer recursos obtidos mediante o crime. A cifra gira em torno dos 180 bilhões de dólares, em contas do banco na cidade de Genebra, Suíça. A revelação é da investigação denominada "SwissLeaks", a partir de denúncia de um técnico em informática e ex-funcionário do banco em Genebra Hervé Falciani. O diário francês Le Monde teve acesso a dados bancários de 100 mil clientes e passou a informação ao Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos ( ICIJ). O Brasil aparece em nono lugar na lista, com 7 bilhões de dólares nas contas do período analisado, de 2005 a 2007.
As investigações apontam 8,6 mil nomes de brasileiros que cometeram o crime de sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e evasão de divisas, com a movimentação de R$ 20 bilhões na agência do HSBC na Suíça. Segundo o jornalista Luís Nassif, o primeiro nome que aparece é do ex-deputado federal Robson Tuma, depois vêm nomes como Edmond Safra (Banco Safra), pessoas da família Steinbruch (Vale e CSN), pessoas da família Barata (empresas de ônibus do Rio). Estão na lista, também, empresários e executivos denunciados na operação Lava-Jato, como membros da família Queiroz Galvão. As denúncias dão conta de que inclusive o presidente do HSBC, Stuart Gulliver, que classificou como "vergonhosa" a operação, teria feito uso do esquema para sonegar.
O HSBC sofreu uma redução de seu lucro mundial, em 2014, da ordem de 15,5%, em relação a 2013, atingindo 13,6 bilhões de dólares. O esquema teria sido operado entre 1997 e 2001, quando o HSBC assumiu o Bamerindus, ainda no governo FHC. "Essa evasão de divisas pode explicar os resultados pífios que o HSBC vem apresentando", afirma o diretor executivo da Secretaria de Bancos Privados do Sindicato, Marcelo Rodrigues, Sind. Bancários do Rio de Janeiro.