Imposto maior para bancos é justo e ajuda o País

O aumento da contribuição social sobre o Lucro Líquido (CSLL) paga pelas instituições financeiras, anunciada pelo governo federal em maio, entrará em vigor no dia 1º de setembro. Os bancos, no entanto, já deixaram claro que vão continuar apostando na irresponsabilidade social que é a marca da atuação dessas empresas no Brasil.
Esta correção na alíquota deve gerar incremento na receita da CSLL de aproximadamente R$ 747 milhões este ano e de R$ 3,8 bilhões em 2016. Como é uma contribuição, e não um imposto, tem destino certo: nesse caso vai para a seguridade social, ou seja, saúde, previdência, assistência, áreas carentes de recursos que sobram no setor financeiro no Brasil. Apesar disso, a federação dos bancos já anunciou: vai "dar" com uma mão e tirar com a outra. "Vai encarecer ou diminuir o crédito bancário. Por isso, apelo para que a MP não seja acatada", disse no Senado o presidente da Febraban, Murilo Portugal, em audiência na comissão mista criada para discutir a medida.
Entre os especialistas há uma conclusão unânime: é preciso taxar mais quem ganha mais. "Não há cidadania plena sem pagamento de imposto. Mas no Brasil essa cidadania não é plena. Quem paga mais são os mais pobres, os que menos reclamam. Quem paga menos são os mais ricos, os que mais reclamam", afirmou o economista e professor da Unicamp, Márcio Pochmann.
"O aumento da CSLL é muito justo. É uma forma de fazer justiça tributária, cobrando mais de quem ganha mais, exatamente o que defendemos, e caberá ao governo federal, impedir que os bancos transfiram essa cobrança para a sociedade, seja aumentando taxas, reduzindo crédito, demitindo mais trabalhadores ou ampliando ainda mais o montante que deixam nos seus PDDs (Provisionamento para Devedores Duvidosos), evitando assim a tributação e o devido pagamento da PLR aos seus funcionários.", disse a secretária-geral do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Ivone Maria da Silva