INSS trata trabalhador adoecido como fraudador

Desde que teve um AVC (Acidente Vascular Cerebral), em 2016, a bancária do Santander, Rose Mary Freitas, 55 anos, respira com o auxílio de um cilindro de oxigênio, que ela tem de carregar para qualquer lugar que vá.
O AVC não deixou apenas sequelas respiratórias, também ficou com problemas no coração, nas cordas vocais, perdeu parte da visão direita, ficou com o lado direito do corpo adormecido, tem constantes dores na perna direita e só pode se alimentar de comida líquida ou pastosa. Mesmo com esse quadro, a trabalhadora teve o auxílio-doença duas vezes negado pela perícia do INSS e está, há oito meses, sem receber o salário do banco e nem o benefício a que tem direito.
Assim como Rose Mary, vários outros trabalhadores passam por essa situação: sem qualquer condição física de voltar ao trabalho e com o pedido de benefício negado pela Previdência, ficam sem fonte de renda e ainda tendo de arcar com as despesas do tratamento médico.
Grande parte das vezes o trabalhador é visto como fraudador pela perícia médica do INSS. Além de tratar o trabalhador adoecido como provável fraudador, o governo Temer prejudica ainda mais a população com a revisão dos benefícios concedidos, a chamada operação pente fino.