Itaú assina acordo com ONU Mulheres, mas não promove igualdade

Publicado em: 17/08/2017
Itaú assina acordo com ONU Mulheres, mas não promove igualdade

O Itaú aderiu aos Princípios de Empoderamento das Mulheres, iniciativa da ONU Mulheres e do Pacto Global das Nações Unidas. Porém, o banco brasileiro ainda está longe de promover a igualdade de gênero na sua cadeia hierárquica. Apesar das mulheres serem maioria (60%) entre os trabalhadores do Itaú, 94% dos cargos de direção são ocupados por homens. Outro dado que aponta a desigualdade de gênero no banco é revelado quando analisados os cargos gerenciais. Com 51% de gerentes mulheres, proporção que não reflete a maioria de bancárias na instituição (60%), o Itaú paga proporcionalmente menos para estas trabalhadoras. Em 2016, mulheres em cargos gerenciais possuíam remuneração equivalente a 90% do que recebem os homens.


Além de encontrarem maior resistência para ascenderem aos cargos de direção e sofrerem com a desigualdade salarial, as bancárias do Itaú sofrem mais com lesões e doenças ocupacionais. Enquanto a taxa de lesões ente os bancários homens ficou em 2,02% em 2016, entre as mulheres sobe para 2,59%. Já a taxa de doenças ocupacionais das bancárias do Itaú é de 2,23%, enquanto entre os homens cai para 1,72%.


Para a economista do Dieese Regina Coeli, o Itaú se contradiz ao demonstrar uma preocupação com o empoderamento da mulher ao mesmo tempo em que o dono do banco, Roberto Setubal, apoia fervorosamente a reforma trabalhista proposta por Temer.