Itaú demite, mesmo com lucro recorde

Banco com a maior lucratividade de 2010, com R$ 13,3 bilhões a mais nos cofres, o Itaú Unibanco retribui os esforços dos bancários com demissões. Os funcionários da área operacional de diversas regiões do país estão sendo dispensados sem qualquer justificativa plausível. E para piorar a situação, os gerentes operacionais ainda são sobrecarregados com acúmulo de função.
Quer dizer, ao invés de realizar uma política de valorização do empregado e promover novas contratações, o banco, dono do maior lucro da história do sistema financeiro do Brasil, faz justamente o contrário: coloca os funcionários no olho da rua.
Com a eliminação dos empregos, o Itaú Unibanco mostra, mais uma vez, que não tem palavra nem compromisso com os funcionários, pois havia se comprometido a não promover demissões. Apesar do desrespeito, os bancários não vão ficar calados e preparam mobilizações para denunciar à população a atitude irresponsável do banco.
“Isso é um absurdo, com este lucro o banco ainda comete esta maldade com os seus colaboradores. Aqui em Petrópolis, o banco demitiu um caixa com mais de 4 anos de carreira. Não vamos aceitar estas demissões que o banco vem fazendo”, informou o funcionário e diretor do sindicato Sávio Barcellos.
Metas : As demissões, promovidas pelo Itaú Unibanco, estão relacionadas as constantes metas. A “performance”, denominação dada pela empresa, obriga até o caixa a vender papeis. Sem falar que os gerentes operacionais ainda têm de fazer os serviços de caixa. Ou seja, o banco poupa com contratação em uma ponta e sobrecarrega na outra. Resultado, em algumas agências os funcionários trabalham até às 21h.
O Itaú Unibanco cancelou a reunião com representantes dos trabalhadores que estava marcada para hoje. Os bancários levariam à mesa temas como demissões e o reajuste do plano de saúde.