Itaú e Bradesco são as instituições financeiras que mais faturam dinheiro no país e as que mais cortam postos de trabalho

O setor financeiro possui uma lógica difícil de ser explicada pelos mais preparados especialistas: quanto mais a instituição fatura dinheiro, mais ela demite trabalhadores. É o caso dos dois maiores bancos privados do país, o Itaú e o Bradesco.
As duas empresas não param de incorporar novos bancos. A família Setúbal comprou o varejo do Citibank no Brasil por R$710 milhões. Já o banco de Luiz Carlos Trabuco, comprou o HSBC por R$16 bilhões.
O Itaú teve um lucro líquido de R$5,39 bilhões no terceiro trimestre deste ano. Em nove meses, os ganhos da empresa já chegam a R$16,3 bilhões. Apesar de tanta grana, o banco fechou nos últimos doze meses 2.753 postos de trabalho e 207 agências. Já o Bradesco lucrou no mesmo período, incluindo a incorporação do HSBC, R$4,462 bilhões, somando R$12,736 bilhões em nove meses. O banco cortou 4.790 postos de trabalho no período de um ano.
Além da alta rotatividade, estratégia usada pelos banqueiros para demitir empregados mais antigos e contratar novos funcionários, com salários menores, a fim de reduzir custos e lucrar ainda mais, as unidades digitais têm sido o novo vilão do emprego no setor, resultando no fechamento das agências tradicionais. A própria direção do Itaú já anunciou que pretende reduzir, em dez anos, o número de funcionários pela metade.