Itaú não comparece a audiência na Alerj sobre demissões

Em audiência pública realizada na última quinta-feira (27), na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) para discutir as demissões, o Itaú Unibanco mostrou, mais uma vez, que não dá a menor importância ao assunto. O banco foi o único convidado ausente. Já o Ministério Público do Trabalho, a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, o Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro e a Contraf-CUT estiveram presentes, discutindo não só as demissões, mas também outros problemas enfrentados pelos empregados do banco.
Os sindicalistas demonstraram com estudos e gráficos não só a redução de 14 mil empregos em todo o país desde a fusão com o Unibanco, mas também outras discrepâncias. "Um executivo do Itaú ganha 190 vezes mais por ano que um caixa do banco. Este bancário precisaria trabalhar 18 anos e seis meses para receber o que o executivo ganha em apenas 12 meses. Mas quem se esforça, atende público, bate metas e adoece, é o bancário que está na agência", aponta Miguel Pereira, secretário de Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT.
Os números comprovam que há demissões em massa, mas ainda dependemos de entendimento e interpretação, não há uma definição clara. Esta aproximação que houve aqui com o Ministério Público do Trabalho e o Ministério do Trabalho e Emprego é importante para a construção do conceito de demissão em massa. Os sindicalistas concordam que esta discussão também levanta outra questão. “Temos que discutir o papel do sistema financeiro do país. Os bancos ganham muito e não dão nenhum retorno à sociedade. O maior banco privado do país eliminou mais de 14 mil postos de trabalho, isto é inaceitável", conclui a vice-presidente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, Adriana Nalesso.