Itaú Unibanco “pesa a mão” na reforma trabalhista

O Itaú já está “pesando a mão” no desmonte trabalhista aprovado pelo governo Temer, que retira direitos dos trabalhadores. Após acabar com as homologações nos sindicatos, impedindo a conferência sobre a legalidade das demissões e do correto pagamento aos bancários, o banco ilude com um acordo individual para aumento de jornada dos trabalhadores do Centro de Tecnologia da Doti, aplicando o conceito do negociado sobre o legislado previsto pela reforma.
Segundo o “acordo”, assinado eletronicamente, os bancários deixam de cumprir a jornada reduzida estabelecida na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) para trabalhadores do período noturno , e passam para a jornada de 8 horas com uma de descanso. O banco propõe pagar como hora-extra o período que excede a jornada definida em lei. O mesmo vale para os trabalhadores que cumprem jornada de seis horas.
“O Itaú avança cada vez mais sobre a CLT, amparado por uma nefasta reforma trabalhista. O bancário pode até ficar feliz em um primeiro momento com a compra de um direito seu com a vantagem financeira oferecida, mas não percebe o risco que o espreita. É comum na área de TI a demissão de trabalhadores com altos salários. O banco faz esse acordo agora, valida o processo que retira um direito até então consolidado, e daqui a algum tempo demite o trabalhador e contrata outros para o seu lugar ganhando bem menos”, alerta a dirigente do Seeb-SP e bancária do Itaú, Valeska Pincovai.
“A jornada reduzida no período noturno é definida pela CLT por proteger a saúde do trabalhador. Burlar isso por meio de um acordo individual, comprando um direito, é uma vergonha para um banco que só no primeiro trimestre lucrou mais de R$ 6 bilhões”, acrescenta Valeska.